Ao mesmo tempo, os osteoblastos trabalham para recompor, com células novas, a parte do tecido comprometida.
Essa dinâmica contínua e bem orquestrada garante a manutenção da densidade dos ossos ao longo da vida. No entanto, à medida que envelhecemos, o processo torna-se menos eficiente e a taxa de absorção passa a ser superior à de formação de novas células.
O resultado são ossos desmineralizados, mais porosos e frágeis. É por isso que os idosos estão mais propensos a fraturas, e quando elas acontecem, o processo de recuperação é mais lento do que em adultos, jovens e crianças.
Esse desequilíbrio é natural, mas algumas condições se caracterizam por perdas de massa óssea aceleradas e mais graves. A osteopenia e a osteoporose fazem parte desse grupo e merecem atenção. Saiba um pouco mais sobre esses dois quadros e descubra a principal diferença entre eles.
O que é osteopenia
A osteopenia não é considerada uma doença, mas sim uma condição pré-clínica. Nesse caso, a perda de massa óssea é mais acentuada do que seria em condições normais, causadas pelo processo de envelhecimento.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para efeitos de diagnóstico, considera-se osteopenia quando um paciente tem a densidade mineral óssea entre -1% e -2,4%. Até -1% é considerado um valor dentro dos parâmetros normais à medida que a idade avança.
O pico de densidade óssea é atingido por volta dos 30 anos e pode ser mantido por mais tempo com uma dieta equilibrada e ingestão adequada de vitamina D. Entretanto, fatores genéticos podem interferir e motivar a osteopenia. Sedentarismo, consumo abusivo de álcool e cigarro e exposição insuficiente ao sol também estão entre as causas da condição.
Homens e mulheres estão sujeitos a esse problema, porém, a menopausa precoce representa um risco acrescido para a população feminina. O motivo é a produção mais baixa de estrogênio nesta fase, um hormônio que facilita e equilibra a absorção de cálcio.
Um dos grandes perigos da osteopenia é o fato de ser silenciosa. Normalmente, quando os pacientes apresentam alguma queixa, o quadro já evoluiu para algo mais grave: a osteoporose.
O que é osteoporose
Ao contrário da osteopenia, que é uma condição pré-clínica, a osteoporose é uma doença caracterizada por uma desmineralização óssea bastante acentuada, resultando em ossos porosos e extremamente frágeis. A OMS considera um quadro de osteoporose quando os valores encontrados para a densidade óssea são iguais ou inferiores a - 2,5.
Quanto mais baixa a densidade, maior a fragilidade e o comprometimento ósseo. Nesse caso, e quando há fratura associada ao quadro, a doença é nomeada de osteoporose estabelecida.
Os fatores de risco para a osteoporose são os mesmos da osteopenia. Na grande maioria dos casos, ela é primária, ou seja, de ocorrência espontânea por conta do histórico do paciente e fatores mencionados. Porém, a osteoporose também pode ser secundária, causada por outras doenças e pelo uso de determinados medicamentos.
Diabetes, Síndrome de Cushing e hipertireoidismo são algumas das enfermidades associadas à osteoporose. Apesar da doença não afetar apenas idosos, é potencialmente mais grave nessa faixa etária pelo risco de quedas. Uma porcentagem expressiva de fraturas no fêmur e rádio em pacientes mais velhos são causadas pela condição.
Diferenças entre osteopenia e osteoporose
A verdade é que a osteopenia e a osteoporose têm muito mais semelhanças do que diferenças. Os quadros clínicos estão intimamente relacionados, pois uma é a evolução da outra.
A perda de densidade óssea na osteopenia já é preocupante, mas não suficiente para causar fraturas como na osteoporose. O aspecto poroso dos ossos é muito mais evidente no segundo caso. Mesmo que as fraturas não sejam dolorosas ou evidentes, promovem uma deformação óssea extremamente prejudicial.
É importante lembrar, porém, que apesar das fraturas serem uma consequência bastante comum da osteoporose, nem sempre elas acontecem. No geral, a doença também é silenciosa, mas dores nas costas, redução da estatura e deformações na coluna como hipercifose são sintomas relatados com alguma frequência.
A osteoporose não tem cura e a osteopenia é um quadro difícil de reverter. Como é uma condição assintomática, quando descoberta, normalmente, já está em um estágio muito avançado para que seja considerada reversível, no entanto, é possível desacelerar o processo de degeneração óssea.
Diagnóstico e tratamento
Tanto o diagnóstico da osteopenia como da osteoporose é feito da mesma forma: por meio da densitometria óssea. O exame faz uma radiografia das regiões do corpo mais afetadas pela perda de massa óssea (coluna lombar, proximal do fêmur e o terço distal do rádio). A técnica utilizada é segura, não invasiva e com baixa emissão de radiação.
O tratamento inclui opções medicamentosas e não medicamentosas, sendo que o objetivo principal da terapêutica é fazer uma reposição de vitamina D e dos níveis de cálcio. A depender do nível de comprometimento dos ossos, o paciente pode receber a indicação para fazer fisioterapia e praticar exercícios físicos.
É possível conviver com a osteopenia e a osteoporose e ganhar qualidade de vida, desde que o quadro seja monitorado. A indicação é recorrer a um acompanhamento multidisciplinar que alie atenção nutricional, física e emocional.
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