Utilizados para redução e alívio da dor, os medicamentos analgésicos são amplamente comercializados em todo o mundo e podem ser divididos em dois grandes grupos: opiáceos e não-opiáceos, sendo os últimos considerados paliativos, uma vez que não agem sobre a causa do desconforto.
No entanto, da mesma forma que aliviam as dores, esses fármacos podem causar efeitos colaterais. O abuso de paracetamol, por exemplo, pode conduzir a uma intoxicação e a lesões hepáticas. Já os opiáceos, como a morfina, usados no tratamento de dores agudas e crônicas, têm um alto potencial para causar dependência.
Durante décadas, essas foram consideradas as alternativas mais evoluídas, rápidas e seguras para lidar com a dor. No entanto, a evolução da terapêutica identificou métodos eficientes e muito mais naturais, como o uso de plantas medicinais, elementos base da medicina tradicional.
Plantas medicinais que aliviam as dores
A utilização de plantas medicinais faz parte de muitas culturas, inclusive da brasileira. Buscar cura e alívio de sintomas nos recursos oferecidos pela natureza é uma prática que está diretamente ligada à existência humana, pois, muito antes dos fármacos produzidos em laboratório, era das florestas e dos jardins que vinham os medicamentos.
A evolução da química orgânica foi essencial para o tratamento de condições graves, aumentando a expectativa de vida da população. No entanto, não só é possível como recomendado utilizar, com as devidas precauções, meios mais naturais de se lidar com a dor.
Conheça, abaixo, alguns analgésicos naturais e como podem ser utilizados no tratamento de algumas dores.
Cúrcuma (Curcuma longa)
A cúrcuma, também conhecida como açafrão-da-terra, possui uma substância chamada curcumina, que possuiu um alto potencial analgésico. Essa característica está diretamente relacionada às propriedades anti-inflamatórias do elemento, que age no ponto de origem da dor, proporcionando alívio.
A planta, habitualmente utilizada como condimento, está muito presente nas medicinas tradicionais indiana e chinesa, pois os seus efeitos curativos são reconhecidos por essas sociedades há muito tempo.
Especialmente indicada para pacientes com dores articulares, pode ser inserida na alimentação habitual, aliada a uma dieta equilibrada, ou consumida em cápsulas como droga vegetal.
Unha de gato (Uncaria tomentosa)
Bastante popular no Peru, a unha de gato teve as suas propriedades medicinais atestadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As raízes, folhas e flores da planta são utilizadas até mesmo no tratamento de pacientes com HIV, devido a sua poderosa ação imunomoduladora.
Além disso, o seu efeito anti-inflamatório também merece destaque. A unha de gato é indicada em casos de bursite, tendinite, artrite e osteoartrite, podendo ser consumida em forma de cápsula, em comprimido ou em gel. Outra utilização possível é a da infusão, tanto para chá como para o preparo de compressas que podem ser aplicadas no local da dor.
Alecrim (Salvia rosmarinus)
Entre as plantas que funcionam como verdadeiros remédios naturais, não poderia faltar o alecrim. Essa erva aromática, frequentemente utilizada como tempero, possui uma série de benefícios graças à presença de ácido fenólico, perfenos e flavonoides.
Os elementos contribuem para as suas propriedades antioxidantes, diuréticas, antissépticas e anti-inflamatórias, tornando o seu uso aplicável a uma variedade de desconfortos. Por atuar nas inflamações e reduzir o inchaço, o alecrim pode ser utilizado para aliviar dores musculares e articulares.
Nesses casos, é possível utilizar a planta em forma de chá ou de óleos essenciais aliados a massagens na zona do corpo afetada.
Salgueiro (Salix alba)
É na casca do salgueiro que está uma das substâncias mais conhecidas da indústria farmacêutica. A salicina é a matéria-prima do ácido acetilsalicílico, principal componente da aspirina. O fármaco, de forma geral, é indicado no tratamento de enxaquecas e sintomas gripais, como febre, dor no corpo e de cabeça.
Uma forma mais natural de aproveitar o poderoso efeito analgésico da salicina é recorrendo ao chá da casca do salgueiro. A ingestão da bebida tem uma ação direta na redução de dores nas articulações e nos músculos.
Pimenta caiena (Capsicum annuum)
Outro condimento com propriedades analgésicas comprovadas é a pimenta-caiena. A presença de capsaicina, substância responsável também pelo sabor forte, picante e tão característico, é o motivo pelo qual essa variedade de pimenta possui propriedades que atuam na redução da dor.
A pimenta caiena pode ser consumida em cápsulas, mas o seu uso externo garante uma resposta mais rápida para dores musculares e articulares. As pomadas ou compressas que utilizam esse fruto promovem hiperemia, ou seja, um aumento da circulação sanguínea na região da aplicação.
Precauções no uso de remédios naturais
A denominação natural, no entanto, não significa isento de consequências. A utilização incorreta, sem orientação ou exagerada de qualquer tipo de planta medicinal pode conduzir a reações adversas e efeitos colaterais, tal como acontece com remédios produzidos em laboratório.
Ao buscar o alívio de dores é preciso entender, antes de tudo, qual a sua origem, principalmente se for persistente. Um médico deve ser consultado para avaliar e diagnosticar o problema corretamente. Em seguida, com o quadro confirmado, é possível buscar tratamentos seguros, adequados e menos agressivos.
Além disso, é importante atentar-se ao fato de que as plantas medicinais também têm contraindicações e podem causar interações medicamentosas. Pacientes com condições preexistentes, grávidas e lactantes (mulheres que amamentam) devem se precaver quanto ao uso de qualquer remédio ou chá.
Tratamentos naturais são possíveis para aliviar e reduzir as dores, mas informação e aconselhamento médico são primordiais.