Lesão no Ombro

Para descobrir a causa da dor no ombro, o exame físico realizado pelo médico é o mais importante, pois avalia a localização da dor, o grau de limitação da movimentação e a presença de “estalos” (crepitações). Caso seja necessário, exames suplementares, como raio x, ultrassom e ressonância magnética, podem ser indicados para diagnosticar a causa da dor e avaliar a extensão do comprometimento.
Ao longo de muitos anos, movimentos como o de elevação podem levar à compressão dos tendões. Essa compressão pode, por sua vez, promover inflamação dos tendões e da bursa (um tecido que em circunstâncias normais protege o ombro), levando à tendinite e à bursite. Por vezes, ocorre a deposição de cálcio nos tendões, causando a chamada “tendinite calcárea”. Alguns profissionais estão mais suscetíveis a esse tipo de lesão, como os que trabalham longas horas com computadores, professores, cabeleireiros e atletas.
A tendinite crônica, bem como a movimentação excessiva da articulação do ombro, o envelhecimento do organismo e mesmo traumas – com ou sem fraturas – podem promover a ruptura de um ou mais tendões do ombro..
Outro problema do ombro é a chamada capsulite adesiva, ou “ombro congelado”, denominação que se deve à movimentação extremamente restrita dessa articulação, como se o ombro realmente estivesse congelado. Isso pode ocorrer em decorrência da falta de movimentação do ombro causada por tendinite ou ruptura dos tendões. Pessoas que fizeram cirurgia no ombro, ou que apresentam artrite reumatoide, diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou derrame cerebral são mais suscetíveis a essa condição.
Outras causas menos frequentes de dor são fraturas e deslocamentos da articulação, bem como artrite e problemas nos nervos e vasos sanguíneos da região do ombro.
Vale lembrar que, muitas vezes, a dor no ombro é decorrente de dor nas áreas próximas, como a coluna cervical e o cotovelo, bem como de doenças que afetam o fígado, o coração e os pulmões.
De forma geral, a maior parte dos problemas do ombro pode ser evitada com medidas ergonômicas e exercícios físicos supervisionados por profissional qualificado, com o objetivo de promover o alongamento e o fortalecimento da musculatura dessa região.

TRATAMENTO
Uma técnica minimamente invasiva e de rápida execução tem trazido alívio e devolvido a qualidade de vida para esses indivíduos: o uso da radiofrequência.
O tratamento utiliza corrente elétrica em alta frequência por meio de um eletrodo para impedir que os nervos responsáveis pelo estímulo da dor no paciente continuem agindo. “Nos pacientes com artrose de quadril e joelho e naqueles com dor crônica de coluna, a radiofrequência atua nos nervos responsáveis pela condução do estímulo de dor crônica, que já estão sensibilizados e alterados pela doença. Fazemos uma lesão no nervo para interromper o ciclo de dor”, explica o neurocirurgião funcional do Hospital Santa Lúcia, Tiago Freitas.

COMO FUNCIONA
Segundo o médico, existem vários subtipos de radiofrequência, aplicadas de acordo com o tipo de dor apresentada pelo paciente. A radiofrequência térmica, também chamada de contínua, é a mais comumente realizada. O procedimento ocasiona uma lesão no nervo responsável por transmitir a sensação dolorosa, o que interrompe o processo de dor.
O tratamento por radiofrequência é realizado com anestesia local e sedação (sem anestesia geral), e até mesmo sem necessidade de internação. “Por se tratar de uma técnica minimamente invasiva e rápida, as contraindicações são bastante restritas. Como utilizamos agulhas, de maneira geral essas restrições são para pacientes com problemas de coagulação sanguínea, com processos infecciosos na pele ou extremamente debilitados”, detalha o médico.
“Como uma das ferramentas terapêuticas disponíveis, a radiofrequência auxilia no tratamento de pacientes com quadro de dor e é mais eficaz quando associada a outros métodos, como a fisioterapia, acupuntura e o uso de medicamentos”, explica.

RESULTADOS
A resposta ao procedimento é individual. Alguns pacientes necessitam apenas de uma sessão se associada a outros tratamentos — fisioterapia e medicação. Outros podem se beneficiar por meses ou até alguns anos e voltar a sentir dor. Nesses casos, o procedimento pode ser repetido. “Não existe um limite certo para a repetição do procedimento, já que a lesão dos nervos de dor não é definitiva, mas a associação da radiofrequência a outras terapias de dor pode prolongar seu efeito”, esclarece o neurocirurgião funcional.

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