Lesão na Coluna

Dores na região lombar são, cada vez mais, frequentes e afetam não somente pessoas com idade mais avançada. O público mais jovem (incluindo atletas) também manifesta queixas recorrentes nos nossos consultórios médicos.
Mas nem toda dor nesta região implica a existência de um problema mais grave. A dor nas costas, geralmente, está associada a fatores musculares ou problemas em algum órgão do corpo. No primeiro caso, tensões ou lesões musculares podem ser responsáveis pelo início da dor, sendo ocasionadas por trabalhos repetitivos ou que exijam um esforço físico muito intenso. Nestes casos, a dor nas costas sinaliza uma sobrecarga que compromete a região. Doenças em outras áreas do corpo também podem comprometer a região das costas.
Os sintomas podem envolver espasmos, sensação de cansaço, fadiga, reações dolorosas que podem incomodar – ou até atrapalhar algumas atividades – ao longo do dia, dentre outros. Já a dor na coluna está relacionada a problemas ósseos: alterações degenerativas nos discos intervertebrais ou articulações; escorregamento de vértebras; desvios dos eixos normais da coluna; acometimento da coluna por patologias como hérnia de disco, artrose, estenose do canal vertebral, osteofitose, dentre outras doenças.
Os sintomas são ainda mais fortes: a dor pode irradiar para outras áreas do corpo, como pernas, braços, nádegas, etc. Em alguns casos, a dor na coluna pode ser considerada incapacitante, reduzindo significativamente a qualidade de vida do indivíduo. Também é comum a perda de sensibilidade e uma sensação de queimação/formigamento na região.

Equilíbrio pélvico
Você já ouviu falar em equilíbrio pélvico? Talvez, não. Mas, certamente, sabe o que é a dor na coluna. Geralmente, o problema surge em decorrência de alguns hábitos mantidos no dia a dia, como passar muito tempo sentado ou adotar uma má postura ao sentar ou andar, por exemplo.
São comportamentos dessa ordem que acarretam o desequilíbrio pélvico, um problema que pode se tornar crônico.

Postura errada ao sentar

A posição sentada é, sem dúvida, um grande vilão para a humanidade e para as alterações dos ângulos do quadril e da coluna. Os estudos comprovam que as alterações desses ângulos são os principais causadores de dores, de lesões degenerativas e, consequentemente, de cirurgias na coluna vertebral. No momento em que conseguimos nos manter em uma boa postura, ou seja, o nosso corpo não está para frente nem para trás nem para os lados. Isso significa que estamos bem posicionados no espaço e os nossos músculos estão trabalhando muito pouco, economizando energia. Essa economia muscular e articular é o que podemos chamar de equilíbrio pélvico, equilíbrio do nosso corpo. Muitas pesquisas têm mostrado a importância do equilíbrio pélvico, principalmente quando observamos o homem de perfil.
O posicionamento do quadril tem uma influência significativa em toda a postura da coluna vertebral. Os estudos comprovaram que, quanto mais próximo o indivíduo estiver da faixa de normalidade do equilíbrio pélvico, os músculos trabalharão com menor esforço. Menor tensão irá acontecer, haverá menor compressão nos discos e menor gasto energético. Costumamos falar para os pacientes que normalmente têm esse desequilíbrio postural, principalmente os que têm o tronco projetado um pouco mais para frente, que não adianta tratar apenas a dor ou melhorar os movimentos específicos da coluna. O mais importante é manter a coluna alinhada. Equilíbrio econômico através de pêndulos.

Esse alinhamento é fácil de constatar, basta apenas fazer uma foto de perfil e verificar se o seu tronco está projetado para frente. A permanência de um tronco projetado para frente, ou seja, fora da linha de gravidade, é ter a certeza de que os pacientes não irão melhorar e os episódios de dor irão voltar.

Como você se senta? Quanto tempo você fica sentado por dia?
A relação das duas respostas poderá ser a causa das suas dores. Você sabia que uma sentada errada poderá fazer com que você perca todas as curvaturas da coluna de uma só vez? Evite ficar com a sua coluna em C ou sentar em cadeiras que tenham um assento muito grande. Os maiores vilões são os sofás “confortáveis”, que nos obrigam a sentar de forma extremamente errada.

– A escolha da cadeira é extremamente importante.
– Sente-se com o bumbum próximo do encosto da cadeira.
– Os calcanhares devem alcançar o chão.
– Mantenha a curvatura lombar, para ajudar, você pode colocar uma pequena almofada nesta região.
– Se for ler ou escrever, é importante que a cadeira tenha braços. Desta forma, os músculos superiores dos ombros ficarão relaxados.

Esforço do corpo para manter nosso equilíbrio
1 – A gravidade puxa o corpo para frente.
2 – Imediatamente músculos dinâmicos (externos) começam a trabalhar para nos manter em pé e puxar o corpo para trás.
3 – Mas os músculos externos não aguentam muito tempo de trabalho e logo fadigam, e começam a ficarem espasmos.
4 – Esse trabalho em excesso causa uma compressão da coluna e, por consequência, compressão dos discos intervertebrais.

É importante frisar que outros fatores ou alterações mecânicas (como artrose no quadril, artrose no joelho, uma perna maior que a outra, pés com deformidades, fraturas nos membros inferiores etc.) também poderão comprometer o equilíbrio da coluna vertebral.

O que fazer ao sentir dor na coluna
Dores na coluna podem revelar simples contraturas ou distensões musculares de tratamento mais simples ou mesmo natural. Desse modo, mudanças ergonômicas no ambiente de trabalho, postura correta em todas as atividades do dia a dia, prática regular de atividades físicas, alimentação balanceada, são algumas atitudes que previnem o aparecimento de dores nas costas.
Nunca ignore uma dor na coluna, procure sempre por ajuda médica! Quando você conhece a real causa da dor, o tratamento se torna eficaz e seguro. E lembre-se: investir em hábitos preventivos é sempre a melhor opção.

Tratamento não cirúrgico para a coluna vertebral
Uma técnica minimamente invasiva e de rápida execução tem trazido alívio e devolvido a qualidade de vida para esses indivíduos: o uso da radiofrequência.
O tratamento utiliza corrente elétrica em alta frequência por meio de um eletrodo para impedir que os nervos responsáveis pelo estímulo da dor no paciente continuem agindo. “Nos pacientes com artrose de quadril e joelho e naqueles com dor crônica de coluna, a radiofrequência atua nos nervos responsáveis pela condução do estímulo de dor crônica, que já estão sensibilizados e alterados pela doença. Fazemos uma lesão no nervo para interromper o ciclo de dor”, explica o neurocirurgião funcional do Hospital Santa Lúcia, Tiago Freitas.

COMO FUNCIONA
Segundo o médico, existem vários subtipos de radiofrequência, aplicadas de acordo com o tipo de dor apresentada pelo paciente. A radiofrequência térmica, também chamada de contínua, é a mais comumente realizada. O procedimento ocasiona uma lesão no nervo responsável por transmitir a sensação dolorosa, o que interrompe o processo de dor.
O tratamento por radiofrequência é realizado com anestesia local e sedação (sem anestesia geral), e até mesmo sem necessidade de internação. “Por se tratar de uma técnica minimamente invasiva e rápida, as contraindicações são bastante restritas. Como utilizamos agulhas, de maneira geral essas restrições são para pacientes com problemas de coagulação sanguínea, com processos infecciosos na pele ou extremamente debilitados”, detalha o médico.
“Como uma das ferramentas terapêuticas disponíveis, a radiofrequência auxilia no tratamento de pacientes com quadro de dor e é mais eficaz quando associada a outros métodos, como a fisioterapia, acupuntura e o uso de medicamentos”, explica.
RESULTADOS
A resposta ao procedimento é individual. Alguns pacientes necessitam apenas de uma sessão se associada a outros tratamentos — fisioterapia e medicação. Outros podem se beneficiar por meses ou até alguns anos e voltar a sentir dor. Nesses casos, o procedimento pode ser repetido. “Não existe um limite certo para a repetição do procedimento, já que a lesão dos nervos de dor não é definitiva, mas a associação da radiofrequência a outras terapias de dor pode prolongar seu efeito”, esclarece o neurocirurgião funcional.

 

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