Luxação Patelar

A luxação patelar é uma das complicações articulares frequentes do joelho, especialmente entre adolescentes e adultos jovens que praticam esportes. Trata-se do deslocamento da patela — popularmente conhecida como rótula — para fora de sua posição anatômica, geralmente lateralmente, saindo do sulco onde normalmente desliza sobre o fêmur.

Esse deslocamento provoca dor intensa e imediata, limitação do movimento e, muitas vezes, uma sensação clara de que o joelho “saiu do lugar”. Embora em alguns casos a patela volte espontaneamente à posição correta, a lesão pode causar instabilidade persistente, recorrência de novos episódios e desgaste das estruturas internas do joelho, como a cartilagem.

Neste artigo, elaborado pelo Dr. Otávio Melo, ortopedista especialista em joelho em Belo Horizonte, você entenderá o que é a luxação patelar, suas causas, sintomas, formas de diagnóstico, tratamento e quando é essencial procurar um especialista.

 

O que é uma Luxação Patelar

A luxação patelar é caracterizada pelo deslocamento da patela para fora do sulco troclear do fêmur, estrutura onde ela deveria deslizar de forma natural durante o movimento do joelho. Na maioria dos casos, esse deslocamento é lateral.

Esse tipo de lesão pode ocorrer por trauma direto — como uma pancada durante a prática esportiva — ou por mecanismos indiretos, como um giro repentino da perna com o pé fixo no chão. Pessoas com alterações anatômicas, como patela alta ou displasia da tróclea, têm maior predisposição.

Tipos principais:

  • Luxação aguda: primeiro episódio, geralmente causado por trauma.
  • Luxação recidivante: episódios repetidos, com ou sem trauma associado.

Causas

As causas da luxação patelar envolvem uma combinação de fatores mecânicos, anatômicos e comportamentais. Um dos principais gatilhos é o trauma direto no joelho, como uma pancada lateral, comum em esportes de contato. Movimentos bruscos de rotação do corpo com o pé fixo no chão também podem forçar a patela a sair de sua posição.

No entanto, nem sempre o problema está relacionado a um acidente isolado. Alterações estruturais, como a presença de patela alta — em que a rótula está posicionada mais acima do que o ideal — ou uma displasia da tróclea femoral — um sulco raso ou malformado — dificultam o encaixe adequado da patela, facilitando seu deslocamento. Outros fatores, como frouxidão ligamentar, joelho valgo (alinhamento em “X”), aumento do ângulo Q e fraqueza do quadríceps, também desempenham um papel importante na instabilidade.

Pessoas com histórico familiar de luxações ou com condições de hipermobilidade articular têm risco aumentado, assim como aquelas que praticam esportes que exigem mudanças rápidas de direção, como futebol, handebol e basquete.

Sintomas

  • Dor intensa e súbita na parte frontal do joelho
  • Sensação de instabilidade ou de que o joelho saiu do lugar
  • Inchaço imediato (derrame articular)
  • Dificuldade para esticar ou dobrar o joelho
  • Deformidade visível (em casos de luxação evidente)
  • Estalos ou sensação de travamento

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com base na história clínica, exame físico e exames de imagem:

  • Exame físico: testes de apreensão e avaliação da estabilidade
  • Radiografia: mostra o posicionamento da patela e possíveis fraturas
  • Ressonância magnética: avalia estruturas ligamentares e cartilagem
  • Tomografia: utilizada para avaliação anatômica em casos cirúrgicos

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Tratamentos

Conservador

Recomendado para primeiros episódios ou casos sem lesões estruturais importantes.

  • Imobilização com joelheira por 2 a 3 semanas
  • Anti-inflamatórios e analgésicos
  • Fisioterapia para fortalecimento muscular e reeducação neuromuscular

Cirúrgico

Indicado em casos de luxações recorrentes, lesões associadas ou alterações anatômicas.

Procedimentos comuns:

  • Reconstrução do ligamento patelofemoral medial (LPFM)
  • Realinhamento do tendão patelar (osteotomia da TAT)
  • Trocleoplastia (em casos de displasia grave)

Prevenção

  • Fortalecimento do quadríceps e musculatura do quadril
  • Treinamento proprioceptivo
  • Correção de desequilíbrios posturais
  • Uso de órteses em atividades de risco (quando indicado)
  • Evitar sobrecargas sem preparo adequado

Reabilitação

A reabilitação é essencial para recuperar a função do joelho e prevenir novas luxações.

Fases:

  1. Inicial: controle da dor e ativação muscular isométrica
  2. Intermediária: fortalecimento, treino de marcha e equilíbrio
  3. Avançada: retorno progressivo às atividades físicas e esportivas

Quando Procurar um Especialista

Qualquer episódio de deslocamento da patela exige atenção médica. Ainda que a dor ceda com o tempo ou a patela volte sozinha para o lugar, é essencial avaliar se houve lesões internas, instabilidade residual ou risco de recorrência.

É recomendável procurar um ortopedista especialista em joelho nos seguintes casos:

  • Se houve deslocamento visível ou sensação de que a patela saiu do lugar;

  • Quando a dor é intensa e vem acompanhada de inchaço súbito;

  • Se há dificuldade para esticar ou apoiar o joelho após o episódio;

  • Quando há instabilidade frequente ou medo de que o joelho “falhe”;

  • Em pacientes com histórico de múltiplas luxações, mesmo que leves.

O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado são fundamentais para preservar a saúde articular e evitar complicações a longo prazo. O Dr. Otávio Melo realiza avaliações completas, utilizando exames avançados e abordagens personalizadas para cada paciente.

 

O Autor

Dr. Otávio Melo é médico ortopedista especialista em joelho na cidade de Belo Horizonte. Com uma abordagem que integra tratamentos inovadores e tecnológicos para a saúde ortopédica, atua na prevenção e tratamento de lesões.

Buscando sempre soluções menos invasivas e focadas na recuperação completa dos pacientes, sua experiência em medicina regenerativa é um diferencial para quem busca resultados duradouros.

Curriculum Resumido

  • Medicina – Faculdade de Ciências Médicas – Belo Horizonte – MG
  • Especialização em Cirurgia do Joelho – Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho
  • Pós Graduação – Dr. Lair Ribeiro
  • Mestrado em Medicina – Santa Casa de Belo Horizonte
  • Doutorado em Saúde Baseada em Evidências (Creditos) – UNIFESP 
  • Medicina Funcional Integrativa – Dr. Victor Sorrentino
  • Clínica da Dor – Hospital das Clínicas da UFMG
  • Medicina Regenerativa – UNICAMP
  • Fellowship em Cirurgia do Joelho – Hôpital de La Croix Rousse – Lyon – França
  • Residência em Ortopedia e Traumatologia – SBOT/MEC – Brasília-DF
  • Técnico em Química – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
  • SBOT – Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
  • SBRATE – Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte
  • SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e Exercício
  • SBCJ – Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho
  • SMBTOC – Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque
  • SBPML – Sociedade Brasileira de Perícias Médicas e Medicina Legal
  • ESSKA – European Society of Sports Traumatology, Knee Surgery and Arthroscopy
  • ISAKOS – International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine
  • ICRS – International Cartilage Repair Society
  • AAOS – American Academy of Orthopaedic Surgeons
  • ABOOM – Associação Brasileira Ortopédica de Osteometabolismo
  • ABPMR – Associação Brasileira de Pesquisa em Medicina Regenerativa
  • SBRET – Sociedade Brasileirta de Regeneração Tecidual
  • SBLMC – Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia
  • ABUM – Associação Brasileira de Ultrassonografia Musculoesquelética
  • CEO do Instituto Regenius
  • Médico Ortopedista 
  • Segundo-Tenente Médico do Exército Brasileiro (R/2)
  • Ex-Professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
  • Ex-Professor da Faculdade de Ciências Médias de Minas Gerais (CMMG) – Belo Horizonte / MG
  • Ex-Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB)