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Lesões Condrais no Joelho: O que são e como tratar
As lesões condrais são danos que afetam a cartilagem articular do joelho — um tecido liso e resistente que reveste a extremidade dos ossos dentro da articulação, permitindo movimentos suaves e sem atrito. Quando essa cartilagem sofre algum tipo de agressão, seja por trauma ou desgaste progressivo, o joelho pode apresentar dor, inchaço e perda de mobilidade. Veja também outras dores causadas por lesões no joelho
Esse tipo de lesão é especialmente preocupante porque a cartilagem tem capacidade limitada de regeneração. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para evitar complicações mais graves, como a degeneração articular e o surgimento de artrose no joelho. Lesões condrais podem acometer pacientes jovens e ativos, bem como pessoas mais velhas com alterações degenerativas.
O que é uma Lesão Condral?
Lesão condral é o termo utilizado para descrever qualquer dano à cartilagem articular do joelho. Ela pode ocorrer isoladamente ou em conjunto com outras lesões (como rupturas ligamentares ou fraturas). Quando o dano atinge também o osso abaixo da cartilagem, é chamada de lesão osteocondral.
A cartilagem afetada normalmente é a cartilagem hialina — um tecido branco e brilhante que reveste a tróclea femoral, patela, tíbia e côndilos femorais. Sua função é garantir que os ossos deslizem suavemente entre si durante o movimento do joelho.
As lesões condrais são classificadas em graus, de acordo com sua profundidade:
Grau da Lesão | Descrição |
---|---|
Grau I | Rebaixamento ou amolecimento da cartilagem |
Grau II | Fissuras superficiais sem atingir a camada profunda |
Grau III | Fissuras profundas que atingem camadas mais internas |
Grau IV | Exposição do osso subcondral (lesão completa da cartilagem) |
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Causas das Lesões Condrais
As lesões condrais podem ser provocadas por diversos fatores, que variam conforme o perfil do paciente, nível de atividade física e condição da articulação. Entre as principais causas, destacam-se:
Traumas agudos: impactos diretos no joelho, quedas, entorses ou colisões durante atividades esportivas podem danificar a cartilagem.
Microtraumas repetitivos: sobrecarga contínua em esportes de alto impacto, como corrida ou futebol, pode causar desgaste progressivo da cartilagem.
Fatores degenerativos: o envelhecimento natural das articulações reduz a qualidade da cartilagem, favorecendo lesões mesmo com esforços leves.
Alterações anatômicas: desalinhamentos dos membros inferiores, patela alta ou instabilidade ligamentar podem aumentar a pressão em áreas específicas da cartilagem.
Obesidade: o excesso de peso gera maior carga sobre o joelho, acelerando o desgaste da cartilagem articular.
Doenças articulares: patologias como osteoartrite ou doenças inflamatórias também contribuem para a degeneração condral.
Sintomas Comuns
Os sintomas de uma lesão condral variam de acordo com o grau da lesão e a localização dentro da articulação. Os sinais mais frequentes incluem:
Dor no joelho: geralmente localizada e agravada por movimentos específicos ou esforço físico.
Inchaço: pode surgir após a atividade física ou de forma recorrente sem motivo aparente.
Rigidez articular: sensação de “travamento” do joelho, especialmente ao iniciar os movimentos após repouso.
Instabilidade: alguns pacientes relatam que o joelho “falha” ou transmite insegurança ao caminhar.
Estalos ou rangidos: ruídos articulares ao dobrar ou esticar o joelho, causados pelo atrito entre as superfícies irregulares.
Limitação de movimento: dificuldade para dobrar completamente ou estender o joelho sem dor.
Diagnóstico
O diagnóstico das lesões condrais exige uma avaliação cuidadosa por parte do especialista, já que os sintomas podem se confundir com outras lesões do joelho. O processo inclui:
Avaliação clínica detalhada: o ortopedista examina o histórico do paciente, identifica os sintomas e realiza testes específicos para localizar a dor e analisar o movimento articular.
Exames de imagem:
Radiografia: utilizada para descartar alterações ósseas associadas, como fraturas ou desalinhamentos.
Ressonância magnética (RM): é o principal exame para diagnosticar lesões na cartilagem. Permite visualizar a espessura e a qualidade da cartilagem, além de identificar edemas ósseos ou lesões associadas.
Artroscopia diagnóstica (em casos selecionados): técnica minimamente invasiva que permite visualizar diretamente o interior da articulação.
Tratamentos Disponíveis
O tratamento das lesões condrais depende da extensão da lesão, idade do paciente, nível de atividade física e sintomas apresentados. As opções incluem:
Tratamento Conservador
Indicado em lesões de baixo grau ou em pacientes com menor demanda funcional.
Fisioterapia: exercícios específicos para fortalecimento muscular, reequilíbrio biomecânico e preservação da função articular.
Medicação: analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor e do processo inflamatório.
Infiltrações intra-articulares:
Ácido hialurônico: lubrifica a articulação e reduz o atrito entre as superfícies.
Plasma Rico em Plaquetas (PRP): estimula processos de reparo tecidual e modula a inflamação.
Células-tronco (em centros especializados): abordagens ainda em estudo, com foco na regeneração da cartilagem.
Tratamento Cirúrgico
Recomendado em casos de lesões profundas (grau III e IV), falha do tratamento conservador ou pacientes com alta exigência funcional.
Condroplastia: regularização da cartilagem danificada para reduzir o atrito.
Técnica de microfraturas: perfurações no osso subcondral para estimular a formação de fibrocartilagem.
Mosaicoplastia (ou transplante osteocondral autólogo): retira-se um enxerto osteocondral de uma área não carregada do joelho e transplanta-se na lesão.
Implante de condrócitos autólogos (ACI): técnica mais moderna que utiliza células da própria cartilagem para regenerar a área afetada (disponível em centros especializados).
Prognóstico e Prevenção
O prognóstico das lesões condrais varia conforme o grau da lesão, a precocidade do tratamento e a resposta individual do paciente. Lesões superficiais (grau I e II) geralmente apresentam boa resposta ao tratamento conservador, enquanto lesões profundas (graus III e IV) podem exigir cirurgia e acompanhamento prolongado.
Mesmo com intervenção adequada, a cartilagem lesada raramente se regenera completamente. Por isso, o objetivo do tratamento é aliviar os sintomas, restaurar a função do joelho e evitar a progressão para artrose.
Medidas preventivas importantes:
Manter o peso corporal adequado, reduzindo a sobrecarga sobre o joelho.
Praticar atividades físicas com orientação, priorizando exercícios de fortalecimento muscular e baixo impacto, como pilates ou bicicleta ergométrica.
Evitar sobrecargas repetitivas e treinos de alto rendimento sem a devida preparação física.
Tratar precocemente lesões articulares, como entorses e instabilidades, que favorecem o desgaste condral.
Usar calçados adequados para absorver impactos e promover alinhamento postural.
Agende sua Consulta
Se você apresenta dor persistente no joelho, sensação de travamento, estalos ou inchaço recorrente, não ignore esses sinais. Lesões condrais, quando diagnosticadas precocemente, têm melhores chances de tratamento eficaz e prevenção de complicações futuras.
O Dr. Otávio Melo é ortopedista especialista em joelho, com ampla experiência no diagnóstico e tratamento de lesões condrais e outras condições articulares. Atende em Belo Horizonte com abordagem personalizada e foco na qualidade de vida do paciente.
O Autor
Dr. Otávio Melo é médico ortopedista especialista em joelho na cidade de Belo Horizonte. Com uma abordagem que integra tratamentos inovadores e tecnológicos para a saúde ortopédica, atua na prevenção e tratamento de lesões.
Buscando sempre soluções menos invasivas e focadas na recuperação completa dos pacientes, sua experiência em medicina regenerativa é um diferencial para quem busca resultados duradouros.
Curriculum Resumido
Formação
- Medicina – Faculdade de Ciências Médicas – Belo Horizonte – MG
- Especialização em Cirurgia do Joelho – Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho
- Pós Graduação – Dr. Lair Ribeiro
- Mestrado em Medicina – Santa Casa de Belo Horizonte
- Doutorado em Saúde Baseada em Evidências (Creditos) – UNIFESP
- Medicina Funcional Integrativa – Dr. Victor Sorrentino
- Clínica da Dor – Hospital das Clínicas da UFMG
- Medicina Regenerativa – UNICAMP
- Fellowship em Cirurgia do Joelho – Hôpital de La Croix Rousse – Lyon – França
- Residência em Ortopedia e Traumatologia – SBOT/MEC – Brasília-DF
- Técnico em Química – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Afiliações
- SBOT – Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
- SBRATE – Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte
- SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e Exercício
- SBCJ – Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho
- SMBTOC – Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque
- SBPML – Sociedade Brasileira de Perícias Médicas e Medicina Legal
- ESSKA – European Society of Sports Traumatology, Knee Surgery and Arthroscopy
- ISAKOS – International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopaedic Sports Medicine
- ICRS – International Cartilage Repair Society
- AAOS – American Academy of Orthopaedic Surgeons
- ABOOM – Associação Brasileira Ortopédica de Osteometabolismo
- ABPMR – Associação Brasileira de Pesquisa em Medicina Regenerativa
- SBRET – Sociedade Brasileirta de Regeneração Tecidual
- SBLMC – Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia
- ABUM – Associação Brasileira de Ultrassonografia Musculoesquelética
Atuação
- CEO do Instituto Regenius
- Médico Ortopedista
- Segundo-Tenente Médico do Exército Brasileiro (R/2)
- Ex-Professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
- Ex-Professor da Faculdade de Ciências Médias de Minas Gerais (CMMG) – Belo Horizonte / MG
- Ex-Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB)